No final de 1940 as comunidades armênias da América do Sul estavam se estruturando tal qual são hoje. Igrejas, escolas, entidades, órgãos de difusão cultural, esportiva e assistencial nasciam em cada cidade onde os sobreviventes do genocídio de 1915 reconstruíam suas vidas depois da tragédia formando famílias, empreendendo e se integrando as sociedades locais. Nesta fase em São Paulo, surgiu a Sociedade Artística Melodias Armênias, popularmente conhecida como SAMA. Ela foi concebida como uma das propostas do Tashnagtsutiun(Federação Revolucionária Armênia), agremiação política que havia sido proscrita na Armênia Soviética e que passou a ser uma das protagonistas da vida da diáspora. Essa tarefa foi confiada ao líder e militante Tashnagtsagan Arsen Mikaelian. Ex-deputado na Armênia antes da sovietização, Mikaelian tinha a tarefa de reunir os jovens e manter vivos os laços das novas gerações com a história, política, cultura e vida Armênia. Sua presença nas comunidades armênias da América do Sul é considerada fator estruturante da vida comunitária das entidades e órgãos ligados ao Tashnagtsutiun (Federação Revolucionária Armênia) Era o ano de 1941 e os filhos dos imigrantes armênios passaram a viver intensamente a dinâmica da sociedade brasileira. Médicos, advogados, engenheiros, comerciantes, mascates, operários , artistas e educadores se formavam entre os filhos dos sobreviventes do genocídio de 1915. Foi assim que foi fundado pelo Tashnagtsutiun, o Armenia Yerdasartatz Miutiun (União Juventude Armênia), cuja designação mais conhecida na sociedade brasileira foi Sociedade Artística Melodias Armênia. A SAMA surgiu justamente para agregar esses jovens em torno da cultura milenar armênia, patrimônio intangível da humanidade e da riquíssima cultura brasileira que se amalgamava. A SAMA se estrutura e gradualmente incrementa suas atividades de cunho cultural. Um programa de rádio dominical com as notícias da comunidade e a música armênia ganha enorme popularidade. Conhecido como Programa Melodias Armênias a transmissão cativou a todos pelo empenho e dedicação dos jovens apresentadores. Um dos braços fortes da entidade porém já existia antes mesmo da SAMA ser fundada. O destacado militante Tashnagtsagan, músico e cirurgião dentista Vahakn Minassian foi um gigante nessa história. Ele, apoiado por muitas famílias, levava a frente o Coro Kusan. Esse mesmo coral se integrou e passou a receber a designação de Coral da SAMA. Ele dedicava sua vida a saúde e a música com a mesma intensidade. Sua preocupação com a cultura armênia talhou o perfil artístico de muitos membros da coletividade do Brasil. O coral chegou a contar com 150 vozes na década de 1950. As canções armênias e brasileiras, o programa de rádio e a vida social levou a desdobramentos ainda mais felizes. Surgiu um grupo de teatro e grupos de dança. Obras armênias, brasileiras e de outras culturas eram focadas com muito empenho pelos jovens e adultos da comunidade. Em pouco tempo o que era um grupo artístico e uma sociedade de mais 1.500 famílias passou a atuar também no campo esportivo. O Coral continuou sua atividade ininterrupta. O Maestro Dr. Vahakn Minassian esteve a frente de memoráveis execuções que vão de homenagens a Villa Lobos a participações em Aparecida, Rio de Janeiro, Santos, Campinas, Buenos Aires na Argentina, Montevideo no Uruguai, sempre levando a música armênia e outras lindas canções a todos os públicos. Em meados de 1950 surgiu o grupo escoteiro da SAMA e se iniciaram as aulas de idioma armênio para aqueles que se interessavam em fortalecer seus conhecimentos do idioma dos ancestrais. Muitos alunos eram jovens que não tiveram oportunidade de cursar o Externato José Bonifácio, escola da comunidade que ficava no centro da capital dos paulistas. Com uma gama enorme de atividades a SAMA cresceu ininterruptamente e os membros sentiram a necessidade de ter sua sede própria. A SAMA adquiriu um terreno em 1962 no bairro de Moema e desde então já na fase da construção passou a ser conhecida como SAMA-Clube Armênio, nome usado até hoje. Com o apoio da Associação Cultural Armênia, entidade representativa da Federação Revolucionária Armênia – Tashnagtutiun na América do Sul, o terreno foi quitado e a obra se acelerou sendo inaugurado o complexo esportivo-social-cultural em 1969. 

Hoje a SAMA- Clube Armênio é: 

• uma entidade com 500 famílias em seu quadro associativo 

• o Coral Vahakn Minassian, patrimônio cultural, com 50 vozes 

• cursos de idioma armênio com 20 alunos anuais. 

• equipes esportivas em diversas categorias que envolvem cerca de 100 jovens anualmente que participam de campeonatos locais, sul-americanos e mundiais. 

• aulas de tênis e judô 

• uma biblioteca com 3.000 obras em português e armênio entre elas documentos de valor histórico e cultural. 

• local dos ensaios do Grupo de Dança Kilikia da Associação Educatica Armênia de São Paulo-Hamazkayn que reúne 25 jovens. 

• Atividades sociais que reúnem anualmente cerca de 5.000 pessoas. 

• um restaurante de comidas típicas armênias aberto para todos 

• quadras de tênis, futebol society e um ginásio poliesportivo. 

• Salões sociais, churrasqueiras, piscinas 

A SAMA – Clube Armênio é tudo isso e muito mais. A SAMA – Clube Armênio é uma casa para todos.